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quarta-feira, 26 de agosto de 2009

SILENCIA O POETA...O CÉU ESTÁ DE GALA...


ANÍBAL BEÇA

Este poeta era meu amigo no Orkut e foi uma honra trocar algumas palavras com ele, indicado por nosso amigo em comum Selmo Vasconcelos do Movimento Lítero cultural/RO. Seu nome era Aníbal Augusto Ferro de Madureira Beça Neto, poeta, tradutor, compositor, teatrólogo e jornalista, nasceu em Manaus, em 13 de setembro de 1946.
Nos deixou dia 25 de agosto de 2009.

Sua trajetória de quase 63 anos apresenta fatos do seu talento e dedicação às artes de uma aneira geral; Iniciou os estudos em Manaus, nos Colégios Aparecida, Dom Bosco e Brasileiro e passou por Novo Hamburgo, aqui no Rio Grande do Sul, no Colégio São Jacó. Em Porto alegre teve ensinamentos e estímulo do mestre Mário Quintana para seguir pelos caminhos da poesia.

Especialista em tecnologia educacional na área de Comunicação Social (UFRJ), foi repórter, redator, colunista, copy-desk e editor, nos jornais de Manaus, de 60 a 80, foi diretor de produção da Televisão Educativa do Amazonas - TVE. Era consultor da Secretaria de Cultura e Turismo do Amazonas. Criou e era Editor-geral do suplemento literário bi-mestral "O Muhra".
Teve atuaçõs em teatro, artes plásticas, compositor, letrista e produtor de espetáculos e de discos. Em 1968 venceu o I Festival da Canção do Amazonas e ao longo de sua carreira musicial colecinou mais de 18 primeiros lugares em festivais no país e no exterior. Esteve pelo Brasil no VIII Festival de Joropo de Villa Vicencio, Colômbia (1969);
Participou em 1970 no Festival Internacional da Canção FIC, em 1970, com a música "Lundu do Terreiro de Fogo", defendida pela cantora Ângela Maria, único artista amazonense a se apresentar no festival. Tem músicas gravadas por vários artistas brasileiros,é Especialista em tecnologia educacional na área de Comunicação Social (UFRJ).
Era da
Secretaria de Cultura e Turismo do Amazonas. Era considerado o multimídia por sua atuação artística.
Foi tema de enredo da Escola de samba "Sem Compromisso", em 99 com "Aníbal Bom à Beça". Era da ala de compositores dessa escola e da Samba Reino Unido da Liberdade, na qual fo autor de diversos sambas-enredo, entre eles "Hoje tem Guarany", "Vento e sol, passa cerol - A Arte de empinar papagaios" ; "Sol de Feira - O pregão da Alegria".



Participou de várias antologias brasileiras e teve diversos livros publicados:
Convite Frugal, Ed. Gov. do Estado do Amazonas, Manaus, 1966

Filhos da Várzea e outros poemas(abrigando o livro Hora Nua)

Casa Madrugada Editora, Manaus,1984

Itinerário da Noite Desmedida à Mínima Fratura, Casa Editora Madrugada, Manaus, 1987.

Quem foi ao vento, perdeu o assento, (Teatro) Edições SEMEC, Manaus, 1987
Marupiara - Antologia de Novos Poetas do Amazonas, (organizador) Ed. Gov. do Estado do Amazonas, Manaus, 1989
Suíte para os Habitantes da Noite, Editora Paz e Terra, São Paulo (Vencedor do VI Prêmio Nestlé de Literatura Brasileira), 1995
Banda da Asa - poemas reunidos - Editora Sette Letras, Rio de Janeiro, 1998



ÚLTIMO ROUND

Anibal Beça


O vento que de verde tudo varre
não varre esta floresta onde eu habito.
Espana roxas nódoas de um espárringue
que sou eu mesmo a rir por esses ringues.

Porradas que me dou? Mero detalhe,
de quem passou a vida sem ter sido
sendo, o sabido súdito do anárquico.
Não fui, não sou, não quero ser doído.

O menestrel choroso? Este não vale,
perdeu-se pelos socos de outras divas
em noites desbotadas na paisagem.

Mas então, o que fica dessa trilha?
Ora, amigo, nocautes dessa aragem
varrida nos cruzados descaminhos.


E homenageio a este lindo poeta que tanta saudade vai deixar com alguns dos seus haicais para Millôr.


Carnaval
ritmo de marcha:
chora um pierrô na hora
negra que atarraxa.

maestro

o momo balança
sensual no carnaval
a ginga da pança.

trio elétrico

se o povo balança
nem sempre é feliz quem tem
a alegre frevança.

milagre

na dança do samba
Brasil: desfile de anil
no jeito de bamba.

brasileiríssima

o bloco dos sujos
em trote leva o pacote
dos próprios sabujos.

4ª feira ingrata

fim de carnaval
acorda o Brasil nas hordas
do choro geral.


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